OMS apoia iniciativa do conselho das igrejas cristãs para melhoria da saúde em Angola
6 de Outubro de 2016, Luanda - O Representante da OMS em Angola, Dr. Hernando Agudelo, declarou o seu apoio a uma iniciativa de 21 (vinte e uma) organizações religiosas filiadas no Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (CICA), que pretendem trabalhar em parceria para a melhoria da saúde e o reforço do engajamento comunitário no país.
O apoio da OMS foi manifestado durante uma conferência nacional para concertar o papel das igrejas na melhoria da saúde, inaugurada terça-feira, em Luanda. A conferência tem a duração de três dias e conta com a participação de quadros do Ministério da Saúde e de outros sectores do Governo, Missões Diplomáticas, Agências das Nações Unidas e outros parceiros internacionais, sob o lema «Trabalhando em Parceria para Promover Comunidades Saudáveis».
O Representante da OMS em Angola dissertou sobre «As estratégias chave para prevenção da mortalidade a nível da família e da comunidade», focalizando a sua apresentação na saúde materna, neo-natal, infantil, nutrição, planeamento familiar, engajamento comunitário e no papel das igrejas e das organizações baseadas na fé.
Ao apresentar os objectivos desta iniciativa, a Secretária Geral do CICA, Deolinda Teca, disse que a sua organização quer fazer também do púlpito «um espaço de educação para a saúde, sensibilização e mobilização comunitária, para que possamos ter a verdadeira pastoral da saúde nas igrejas».
Por sua vez, o Secretário de Estado da Saúde, Dr. Eleutério Hivilikwa, considerou que as igrejas estão entre os parceiros mais importantes do Estado angolano, sendo por isso chamadas a desempenhar um papel primordial na prevenção e controlo de doenças, como a malária, o VIH/SIDA, a Tuberculose, e na melhoria da saúde materna e infantil. Sublinhando que a maioria dos quadros da saúde em Angola são cristãos, Eleutério Hivilikwa pediu aos líderes religiosos para divulgaram a mensagem sobre a humanização dos serviços de saúde e a educação sanitária das famílias. «Esta tarefa é inadiável e todos devemos contribuir com mais esforços, para que não haja retrocessos», disse ele.
Para a embaixadora dos Estados Unidos em Angola, Helena Meagher, as igrejas devem sentir-se responsáveis pela saúde dos seus membros e têm um papel insubstituível na divulgação de mensagens para os fiéis e na atitude e desempenho dos profissionais. A diplomata norte americana salientou que o seu país atribui grande importância à saúde, nos esforços para o desenvolvimento em África. «O apoio dos Estados Unidos está concentrado na luta contra a malária, VIH/SIDA e na melhoria da saúde materna infantil», destacou ela.
Na sua apresentação, o Dr. Hernando Agudelo pediu um maior empenho das famílias, das comunidades e do Governo para solução dos «três atrasos» que determinam as mortes maternas em Angola, nomeadamente o (i) atraso na decisão de procurar os serviços de saúde; (ii) atraso em chegar à unidade de saúde e o (iii) atraso em receber os cuidados apropriados que a mulher precisa na Unidade de Saúde.
Segundo dados do grupo para as estimativas globais de saúde (formado pelo Banco Mundial, OMS, UNFPA e UNICEF) a taxa de mortalidade materna estimada em Angola é de 477/100,000 nados-vivos (2015). Esta taxa continua elevada, apesar dos progressos registados dos últimos 12 anos.
Falando sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 3.1), cuja meta é a redução da mortalidade materna no mundo para 70/100,000 nascidos-vivos, até 2030, Hernando Agudelo realçou que para se atingir melhores resultados nesta área é necessário «evitar os três atrasos», reforçar as auditorias das mortes maternas e a intensificar campanhas de IEC, com ênfase para o espaçamento da gravidez.
Hernando Agudelo realçou por fim que a redução das mortes maternas exige acções sobre os determinantes da saúde, o acesso universal e equitativo aos serviços de saúde, a responsabilidade de todos e a prestação de contas e informação para os indivíduos, famílias e comunidades.
A conferência do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola tem a participação de Bispos, Pastores, leigos, ONGs, membros do Governo, profissionais de saúde, doadores e membros do corpo diplomático acreditado em Angola.
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Elaborado pela Representação da OMS em Angola. Para mais informações os interessados queiram por favor contactar a OMS - Rua Major Kanhangulo 197, 7 andar, em Luanda, Angola, ou pelos telef: (244) 222 395 701 Fax: (244) 222 332314 - E-Mail: afwcoaowr [at] who.int